Portugueses criam método para aumentar volume da cortiça

Uma equipa de investigadores portugueses criou um novo método que permite aumentar o volume de cortiça, tornando assim a sua utilização mais sustentável para fins comerciais. O processo, limpo e eficiente, consiste em introduzir água na cortiça e recorrer a micro-ondas que façam aumentar o volume de granulados de cortiça.“O processo baseia-se na aplicação de micro-ondas para fazer a expansão das células de cortiça. É um processo ambientalmente vantajoso, sem utilização de produtos químicos ou de geração de efluentes poluentes. Como se pode dizer que se «faz mais» com a mesma produção, também há um efeito benéfico em termos de floresta e da pressão a que ela eventualmente poderá estar submetida para a extração da cortiça”, explica Helena Pereira, investigadora e vice-reitora da Universidade Técnica de Lisboa.

Com este novo método, já patenteado, consegue-se maior quantidade de matéria-prima em volume para o processamento industrial da cortiça. A patente pertence à indústria corticeira nacional Amorim.

A invenção deste processo resulta de um trabalho de décadas. A equipa de investigadores constituída por Helena Pereira, Rui Luís Gonçalves dos Reis, CEO do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, Susana Pinto Araújo da Silva Estima, chefe do departamento de I&D da Corticeira Amorim e António Jorge Velez Marques, professor do Instituto Politécnico de Lisboa, trabalha nesta área desde 1990 com o objectivo de maximizar a cortiça bombeando o volume das células.

Concluíram agora que a cortiça humedecida com água e exposta a radiação de micro-ondas, pode expandir-se de 40% até 85% do seu tamanho original. “O processo apenas expande as células de cortiça, sem alterar a estrutura e sem qualquer degradação química. Deste modo as propriedades da cortiça que levam ao seu interessante comportamento mecânico, à baixa permeabilidade e capacidade isolante, térmica e sonora, mantêm-se. O que quer dizer que as aplicações tradicionais da cortiça que utilizam aquelas características, como rolhas, camadas de isolamento, revestimentos, continuam a ser feitas. O processo apenas diminui a densidade do material, o que é vantajoso”, pormenoriza Helena Pereira.

A cortiça humedecida com água é colocada no interior de uma máquina de micro-ondas e é então exposta a radiação, até cinco minutos, fazendo com que o material expanda o seu volume. Este método torna possível expandir a cortiça num curto espaço de tempo utilizando um mínimo de energia, uma melhoria importante que terá repercussões importantes na indústria dadas as enormes quantidades de cortiça usadas comercialmente todos os anos.

A ideia é candidata ao Prémio Inventor Europeu, atribuído pelo Instituto Europeu de Patentes (IEP). É a primeira nomeação de sempre de inventores portugueses para este galardão.

Em relação à nomeação, Helena Pereira comenta ser “sempre uma alegria quando o nosso trabalho é reconhecido. E neste caso muito especialmente, pois a investigação sobre a cortiça e o sobreiro tem ocupado grande parte da minha actividade científica há mais de 30 anos”.

A entrevistada considera ainda ser importante o facto de “ser a cortiça a estar nomeada para este prémio” sublinhando que “Portugal tem aqui o seu nicho mundial de competência, tanto a nível de produção, não esqueçamos que o sobreiro é a Árvore Nacional, como da indústria e do conhecimento científico”.

Cai chuva dos anéis de Saturno

Estudo publicado na «Nature» realizado por investigadores do Laboratório de Propulsão a Jacto, da NASA

A atmosfera superior de Saturno contém água. Isto os cientistas já sabiam. O que não sabiam e descobriram agora é que a água vem dos anéis que rodeiam o planeta. Na investigação publicada na «Nature», explica-se que a chuva cai em grandes áreas deste planeta, influenciando a composição, estrutura e temperatura da atmosfera. “Saturno é o primeiro planeta a mostrar uma interacção significativa entre a atmosfera e o seu sistema de anéis”, diz James O’Donoghue, autor principal do estudo.

Esta chuva tem como efeito principal ‘apagar’ a ionosfera de Saturno, reduzindo drasticamente a densidade de electrões nas regiões em que cai. Este efeito explica por que razão, durante muitas décadas, se observaram densidades electrónicas invulgarmente baixas em algumas latitudes do planeta.

Um dos principais motores do ambiente e do clima da ionosfera de Saturno, através de vastas extensões do planeta, são partículas dos anéis situados a 200 mil quilómetros, diz Kevin Baines, co-autor do artigo e investigador no Laboratório de Propulsão a Jacto, da NASA.

No início dos anos 80, as imagens da sonda Voyager, da NASA, mostravam duas a três faixas escuras em Saturno. Os cientistas teorizaram que a água poderia ter caído nelas a partir dos anéis. Essas bandas só voltaram a ser vistas em 2011.

As observações recentes com o telescópio Keck II, do Observatório Keck, em Mauna Kea, no Hawai, mostraram essa interacção entre os anéis de Saturno e a ionosfera. Quando os cientistas fizeram o rastreio do padrão de emissão de uma determinada molécula de hidrogénio formada por três átomos em vez dos habituais dois, observaram uma série de faixas claras e escuras cujo padrão imitava os anéis do planeta.

As investigações vão continuar com novas observações da nave espacial Cassini.

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