No momento em que as negociações da Política Comum de Pescas (PCP) da União Europeia (UE) entram na recta final, mais de 200 organizações, incluindo nove portuguesas, fazem um último apelo aos Ministros das Pescas da UE para apoiarem o fim da sobrepesca e permitirem uma rápida recuperação dos stocks de peixe.
Segundo Gonçalo Carvalho da PONG-Pesca, uma das organizações signatárias da petição, “esta é uma obrigação legal da UE e é a solução que faz mais sentido em termos económicos, sociais e ambientais. Estamos a apelar aos Ministros das Pescas para seguirem os exemplos da Austrália, Nova Zelândia, Noruega, Rússia e EUA, concordando com uma política que permitirá a recuperação de stocks para níveis sustentáveis, sem mais atrasos”.No dia 6 de Fevereiro, o Parlamento Europeu votou, de forma esmagadora, a favor do fim da sobrepesca até 2015 e da recuperação de stocks de peixe até 2020. No entanto, os 27 ministros das Pescas rejeitaram, até agora, estas metas, concordando apenas em acabar com a sobrepesca em 2020, não definindo uma meta para recuperar os stocks de peixes.
Na carta enviada pelas organizações a Assunção Cristas, Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, pode ler-se que “o Parlamento Europeu aprovou a meta de acabar com a sobrepesca até 2015, com 502 votos a favor e 137 contra, por forma a garantir uma recuperação dos stocks europeus de peixes e sua manutenção a níveis que permitam o rendimento máximo sustentável até 2020. Sem esse objectivo ambicioso, porém alcançável, de recuperação dos stocks de peixes, a PCP não tem sentido”.
As organizações considerem, escrevem ainda, “profundamente deplorável que o Conselho tenha rejeitado tal objectivo na sua Abordagem Geral. No entanto, as negociações iminentes entre o Conselho e o Parlamento são uma excelente oportunidade para que possa demonstrar a sua capacidade de liderança e fazer tudo ao seu alcance para garantir que, desta vez, o Conselho aprove a proposta do Parlamento”.
No documento é ainda referido que, como negociado através da reforma da PCP, o Conselho das Pescas da UE e o Parlamento Europeu têm agora uma oportunidade para acabar com 30 anos de má gestão no sector: 47 por cento dos stocks monitorizados do Atlântico e 80 por cento dos do Mediterrâneo estão em situação de sobrepesca, bem como cinco em cada sete stocks de peixe do Báltico.
Advertem ainda que se os Estados-membros da UE tiverem apenas em conta o peixe capturado em águas europeias, este ano, iriam ficar sem peixe no dia 6 de Junho. Nos últimos quatro anos, isto acontecia no início de Julho.
Estima igualmente que, ao permitirem a sobrepesca dos stocks da UE, os governos estejam tacitamente a consentir que se desperdicem anualmente mais de 3 mil milhões de euros de possíveis receitas de desembarques, que dariam para criar mais de 100 mil postos de trabalho.
As organizações apelam aos ministros das pescas da UE para garantirem que a PCP se torne uma ferramenta para a boa gestão do sector, “de forma a garantir uma fonte estável de peixe para os mercados europeus, assegurando um futuro sustentável e rentável para as comunidades piscatórias”, conclui Gonçalo Carvalho.
Além da Pong-Pesca são signatários portugueses a Associação Portuguesa para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE), o Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), o Observatório do Mar dos Açores (OMA), a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, a Sciaena – Associação de Ciências Marinhas e Cooperação, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a World Wildlife Fund Portugal
A aviação civil poderá, nos próximos anos, sofrer directamente as consequências das alterações climáticas, das quais, dizem vários estudos, é uma das principais responsáveis.
Segundo uma investigação publicada na «Nature Climate Change», a primeira a abordar esta questão, à medida que aumenta a concentração de CO2 na atmosfera, as turbulências que atingem os aviões serão mais frequentes e intensas nos céus do Atlântico norte.
A intensidade poderá aumentar entre 10 e 40 por cento. O espaço aéreo onde será provável que os pilotos encontrem turbulência significativa aumentará entre 40 a 70 por cento. A frequência com que se produz a turbulência pode aumentar 100 por cento, ou seja, o dobro do que hoje existe. Este cenário pode ser realidade em 2050.
O estudo, assinado por investigadores do Centro Nacional para as Ciências Atmosféricas da Universidade de Reading (Reino Unido) foi apresentado durante a Assembleia Geral que a União Europeia de Geociências está a celebrar em Viena, Áustria.
Liderados por Paul D. Williams, os cientistas elaboraram um modelo matemático para simular as alterações que se irão produzir nas correntes de jacto (jet stream) se a quantidade de CO2 presente na atmosfera aumentar para o dobro da actual.
As correntes de jacto são gigantescas massas de ar que se movimentam pela atmosfera. São formadas pelas diferenças de temperatura entre os pólos da Terra e o Equador e estendem-se ao longo de milhares de quilómetros.
As turbulências de ar claro são especialmente difíceis de evitar porque os pilotos não as conseguem detectar, visto que nem os satélites nem os radares que levam a bordo as podem localizar. É este tipo de turbulência que aumentará devido às alterações climáticas.
A carta que Francis Crick escreveu ao seu filho de 12 anos para comunicar a descoberta do DNA foi vendida num leilão organizado pela Christie’s, em Nova Iorque, por 4 milhões de euros. Há 60 anos, Crick enviou esta missiva de sete páginas onde explicava o que era o ácido desoxirribonucleico (DNA) e enumerava as bases que o componham, descoberta feita com o seu colega James Watson, ambos prémios Nobel.
O interesse que a carta suscitou entre os coleccionadores reflecte-se no preço que atingiu e que superou em muito as expectativas da casa, que tinha estimado que seria adquirida por uma quantia entre 760 mil euros e um milhão e meio.“Lê isto com cuidado para que percebas”, pode ler-se na carta datada de 19 de Março de 1953, endereçada a Michael, na altura aluno de um colégio interno britânico. Patrick McGrath, o especialista em livros e manuscritos da Casa Christie’s, explica que Crick “queria não só documentar a descoberta, mas também expressar, como pai, a sua emoção ao filho, que também se interessava muito por ciência”.
O documento é, por isso, importante não só do ponto de vista científico como também do emotivo, pois é um pai que fala com carinho ao seu filho, despedindo-se com as palavra, “com muito amor”.
O cientista expressa a sua emoção nestas páginas perante a descoberta que classifica como “muito importante”. Diz ainda: “Cremos ter descoberto o mecanismo básico de cópia pelo qual a vida surge da vida. Como deves imaginar, estamos muito emocionados”.
Quando terminas o ensino secundário, acabaste de tomar uma decisão geral entre três áreas, ciência, comercio e arte. Mas quando sais do teu décimo segundo ano, ser-te-á pedido que escolhas entre a abundância de opções disponíveis no mercado. Por haver tantas opções disponíveis, é normal sentires-te confuso, principalmente porque vários cursos parecem atingir a mesma ocupação, mas por diferentes caminhos. A chave para evitar problemas é fazer o procedimento passo a passo. Na universidade, a maioria dos cursos pode estar dividido entre os cursos profissionais, como por exemplo, Curso de Tecnologia ou Curso de Medicina e Cirurgia, ou cursos académicos, como por exemplo Bacharelado em artes ou Bacharelado em Ciência e por aí adiante. Basicamente, os cursos académicos têm mais prestígio, mas nos últimos tempos, a proeminência dos cursos profissionais tem solidificado a sua presença no mercado.
Um curso profissional é um curso que te ajuda a ganhar competências, conhecimento e habilidades de trabalho, de forma a deixar-te preparado para trabalhar assim que terminares o curso. No exame, o objetivo de um curso é dar-te um sólido conhecimento académico numa determinada disciplina, não é deixar-te “preparado para trabalhar”. Existem várias questões acerca do que realmente são os cursos profissionais. Como também sobre quais são as suas vantagens de desvantagens. Que tal falarmos acerca dos pontos positivos e negativos acerca deste tipo de curso de forma a perceberes do que eles realmente se tratam. Este artigo irá ajudar-te a separar as vantagens e as desvantagens dos cursos profissionais, o que irá ajudar-te a escolher a área certa:
Vantagens dos Cursos Profissionais:
Existem imensas razões para o aumento da popularidade e procura de um curso profissional, a mais significativa é que ele te prepara diretamente para o mercado de trabalho. Os cursos predominantes são o Curso de Tecnologia, o Curso de Medicina e Cirurgia, o Curso de Odontologia e o Curso de Arquitetura. Outros cursos pouco convencionais, como artes culinárias, animação, jornalismo, design de moda, etc., entram também na lista dos cursos profissionais. As vantagens dos cursos profissionais são:
Ajuda com treino prático:
Cursos Profissionais incluem tipicamente uma boa medida de ensinamento prático, treino da indústria e estágios. São normalmente bastante detalhados numa área em particular, em vez de uma compreensão ambígua de um determinado assunto. Consequentemente, terias bastante informação e habilidades que são necessárias aprender para entrar no mercado de trabalho.
Melhores oportunidades de carreira:
Já que o trabalho no setor privado está a aumentar nos últimos anos, as chances de estudantes de cursos profissionais adquirirem um emprego têm também aumentado. As empresas em todos os setores aumentam devido ao aumento da globalização e da cultura das multinacionais. Portanto, as oportunidades de emprego são amplas e muito boas no setor privado. Assim os pós-graduados de cursos profissionais terão muitas oportunidades de trabalho que lhes dão tanto a oportunidade de serem bem remunerados como também lhes permite seguir a sua paixão.
Aumenta a opção de trabalhar por conta própria:
Para os estudantes deste tipo de cursos há uma excelente oportunidade para trabalhar por conta própria. Os estudantes podem primeiramente trabalhar numa empresa bem organizada para ganhar experiência. Depois de adquirir experiência, podem prosseguir com a sua carreira através do trabalho por contra própria. Dessa forma eles podem até mesmo providenciar emprego para várias outras pessoas e ajudar a minimizar os problemas do desemprego.
Seleções são baseadas em exames de admissão:
A maioria dos cursos profissionais concede seleções com base em um exame de admissão. Portanto, mesmo que não tenhas conseguido obter boas notas no décimo segundo ano, tens ainda a oportunidade de entrar em um instituto melhor para a tua qualificação. Esses cursos irão ajudar-te a sair da tensão, que é causada por causa das listas de mérito bastante curtas fornecidas pela faculdade.
Desvantagens dos Cursos Profissionais:
Embora os cursos profissionais tenham imensos benefícios, existem certas desvantagens ao escolher esses cursos, tais como:
Alta Competição:
Uma das maiores dificuldades ao escolher um curso profissional é o nível de competição que existe no mercado. Imensas pessoas bastante qualificadas e apaixonadas pelo que fazem estão no mercado de trabalho e competir com elas pode ser difícil.
Falta de Bons Institutos:
Embora haja uma infinidade de instituições que oferecem educação profissional, existe falta de instituições adequadas e bem estabelecidas. Apenas alguns institutos de educação são bons em todos os aspetos. Portanto, é um desafio para os alunos fazerem a admissão em um instituto em que possam confiar totalmente para o seu desenvolvimento geral.
Requer uma atualização regular:
Apenas completar um curso durante um período em específico não é o suficiente. Tu precisas de te manter atualizado de acordo com os requisitos da tua indústria; caso contrário, os cursos profissionais não serão úteis para ti. Portanto, é necessário estar atualizado de acordo com o teu trabalho e ramo de atividade.
Estas são algumas das vantagens e desvantagens principais que alguém pode experienciar ao escolher um curso profissional. Mas, acima de tudo, se tiveres talento e determinação para trabalhar na tua área pretendida, nenhuma vantagem ou desvantagem pode causar qualquer problema em tua carreira. Só precisas de acreditar em ti mesmo e trabalhar duro. Isso é o mais importante e deve ser sempre o teu foco. De resto, tudo virá a seu tempo.
O município de Lisboa distingue-se do restante território português pelos rendimentos superiores dos seus trabalhadores. Contudo, o município regista níveis de desigualdade mais elevados do que a média nacional. E estas desigualdades não estão distribuídas de forma homogénea pelas freguesias do município.
Em 2009 o município de Lisboa tinha 408 837 trabalhadores, empregados em 35 376 estabelecimentos. O salário médio no município era de 1508 €, mais 500 € do que a média nacional desse ano. Se olharmos para o salário mensal médio tendo em conta o sexo dos trabalhadores, torna-se claro que os homens que trabalham no município de Lisboa recebem em média mais 33,7% do que a média nacional; para as mulheres, esta percentagem é de 30%. Se considerarmos as habilitações literárias dos trabalhadores, vemos que os trabalhadores com o nível 3 ou 4 da CITE são os que são mais recompensados por trabalhar no município de Lisboa; ganham, em média, mais 20,7% do que trabalhadores portugueses com as mesmas habilitações literárias.
Em Lisboa, o rácio S80/S20 é de 6,7. Isto significa que os rendimentos dos 20% mais ricos são quase sete vezes mais altos do que os rendimentos dos 20% menos ricos. Em Portugal este indicador é de 4,8. E em Lisboa os 20% com os rendimentos mais altos ganham 47,2% dos rendimentos totais. Esta percentagem também é elevada quando consideramos Portugal (44,7%).
Considerando, por um lado, os benefícios ao nível dos rendimentos que Lisboa tem face ao resto do país, e, por outro, o nível mais elevado de desigualdades que este município apresenta, tentámos perceber estas aparentes contradições recorrendo a uma análise de agrupamento de dados, em que a freguesia é a unidade de análise. As variáveis “rendimento mensal médio”, “classificação das actividades económicas dos estabelecimentos” e “dimensão dos estabelecimentos” foram usadas para esta análise e permitiram-nos definir quatro tipos de configuração de estabelecimentos económicos nas freguesias do município de Lisboa.
O primeiro perfil identificado, chamado “Tamanho maior; predominância de actividades administrativas e financeiras; rendimentos elevados” inclui treze freguesias: Campolide, Coração de Jesus, Mártires, Santa Engrácia, Santa Isabel, Santa Maria dos Olivais, São Domingos de Benfica, São João de Deus, São José, São Mamede, São Nicolau, São Paulo e São Sebastião da Pedreira. Estas são as freguesias em que os estabelecimentos são maiores: em média têm 13,3 trabalhadores (um número mais alto do que a média do município – 11,5 trabalhadores). Neste agrupamento, 19,1% dos estabelecimentos dedicam-se a actividades administrativas ou a serviços de apoio e 13,6% a actividades financeiras e de seguros. Actividades de informação e comunicação também apresentam uma percentagem relevante neste agrupamento: 8,4%.
As onze freguesias seguintes entram no segundo perfil, “Tamanho médio; predominância de actividades administrativas e financeiras; rendimentos medianos”: Alcântara, Alvalade, Campo Grande, Encarnação, Lapa, Lumiar, Nossa Senhora de Fátima, Prazeres, Santa Catarina, São Cristóvão e São Lourenço e São Jorge de Arroios. Aqui os estabelecimentos têm uma média de 9,5 trabalhadores. Actividades administrativas e serviços de apoio correspondem a 24,2% dos estabelecimentos.
O perfil “Tamanho médio; predominância de actividades administrativas e de comércio; rendimentos medianos” refere-se a catorze freguesias: Ajuda, Alto do Pina, Ameixoeira, Benfica, Carnide, Madalena, Marvila, Mercês, Pena, Sacramento, Santa Maria de Belém, Santo Estêvão, Santos-o-Velho e São Francisco Xavier. Em média, os estabelecimentos deste agrupamento têm 9,1 trabalhadores. A actividade “comércio grossista ou a retalho, reparação de veículos a motor e motas” inclui 18,8% dos estabelecimentos (no município a percentagem desta actividade é de 13,2%) e as actividades administrativas e serviços de apoio correspondem a 25% dos estabelecimentos deste agrupamento.
Finalmente, “Tamanho pequeno; predominância de actividades de comércio e serviços alimentares; rendimentos baixos” é o perfil de quinze freguesias: Anjos, Beato, Castelo, Charneca, Graça, Penha de França, Santa Justa, Santiago, Santo Condestável, São João, São João de Brito, São Miguel, São Vicente de Fora, Sé e Socorro. Como o nome do agrupamento indica, aqui os estabelecimentos têm um número mais baixo de trabalhadores: em média 6,2.
O agrupamento em que o rácio S80/S20 é mais baixo é o agrupamento “Tamanho pequeno; predominância de atividades de comércio e serviços alimentares; rendimentos baixos”: 4,0. Neste agrupamento os 20% mais pobres têm 10,4% do rendimento total, a percentagem mais elevada dos quatro agrupamentos. Isto é, apesar de este ser o agrupamento com o rendimento mensal médio mais baixo, é também o agrupamento onde há uma desigualdade de rendimentos entre trabalhadores mais baixa.
Conclusão
No que diz respeito aos rendimentos dos trabalhadores, o município de Lisboa está em vantagem quando comparado com o resto do país. Em 2009 o rendimento mensal médio do município era superior em 458 € ao rendimento médio nacional. A diferença entre os sexos mostra que a disparidade é maior entre os homens do que entre as mulheres; estes ganhavam mais 579 € (33,7%) em Lisboa do que a nível nacional, estas mais 385 € (30%). Ainda assim, as mulheres que trabalham em Lisboa apresentam um rendimento médio mensal superior ao dos homens quando se considera a realidade do país.
Analisando os rendimentos médios dos trabalhadores tendo em conta as suas habilitações literárias mostra que também aqui o município de Lisboa se destaca face ao resto do país: independentemente das habilitações literárias dos trabalhadores, em média os rendimentos em Lisboa são mais altos do que os rendimentos nacionais.
Para mais, as discrepâncias entre Lisboa e Portugal relacionadas com as habilitações literárias dos trabalhadores revelam-se não só no nível dos salários, mas também no perfil escolar dos trabalhadores. No município de Lisboa as percentagens de trabalhadores com o nível 5 ou 6 ou 3 ou 4 da CITE são substancialmente superiores, enquanto que a relevância daqueles que têm o nível 2 ou 0 da CITE é mais baixa.
Mas a posição aparentemente privilegiada de Lisboa face ao resto do país esconde situações de maior desigualdade e disparidade salarial. O rácio S80/S20 no município de Lisboa é de 6,7, enquanto que, se considerarmos todo o país, o valor deste indicador é de 4,8. Isto significa que apesar do rendimento mensal médio no município de Lisboa ser mais alto do que o nacional, há uma maior disparidade de rendimentos.
A análise de agrupamento de dados desenvolvida aqui, em que as freguesias foram a unidade de análise, permitiu-nos ficar a conhecer a distribuição espacial das desigualdades no município de Lisboa. Identificámos quatro grupos de freguesias, em que aquele com o rendimento médio mais elevado é também atravessado por um maior nível de desigualdade. Pelo contrário, o grupo de freguesias onde, em média, o rendimento médio é mais baixo é também o grupo em que as desigualdades nos rendimentos dos trabalhadores são menos pronunciadas.
Por outro lado, o agrupamento com o rendimento mensal médio mais alto e com os níveis de desigualdade mais acentuados é o mesmo em que as habilitações literárias são mais altas. No agrupamento menos desigual e com os rendimentos médios mais baixos, as habilitações literárias dos trabalhadores são as mais baixas do município.